exposição fotográfica e documentário
Reminiscência de um Escultor
por José Alfredo
curadoria de Liliane Giordano
agosto de 2019
no Museu Municipal Caxias do Sul
Do gesso à madeira:
Reminiscência de um escultor
Toda a arte tem uma memória. Mesmo aquelas que nunca saem da gaveta. Ou aquelas que duram apenas alguns instantes. Mesmo que seja só na lembrança de quem a fez. Toda arte tem uma memória, mas como se conta esta memória em todos os seus detalhes? Como se perpetua o seu fazer?
A resposta é a fotografia. A arte de parar o tempo faz com que sejam eternos os momentos do fazer artístico por ela retratada. O segundo do clique é a possibilidade de perenizar e dar visibilidade a formas de artes que são fruto de instantes singulares, com a dança, a performance, a escultura, o fazer da pintura.
E é através dos fios da memória e da perpetuação que surge a exposição fotográfica “Do gesso à madeira: reminiscência de um escultor”, de José Alfredo Dalle Molle. Os instantes do esculpir capturados por Alfredo simbolizam um retorno à vida da estátua, quase como se por meio de seu olhar de gesso pudéssemos vislumbrar sua alma. Alma esta que reverba, é nítido, o sentimento e a sensibilidade de seu artesão.
Mesmo nas esculturas prontas há mais de meio século, enxergamos por meio dos pixels trazidos à luz por Alfredo cada cinzelada cheia de carinho, que desnudam um fazer artístico que mescla paixão, fé, anonimato e arte. Anonimato, sim, pois ao nos depararmos com imagens de santos em igrejas, raramente pensamos quem os esculpiu. As fotos desta exposição, portanto, trazem uma verdadeira reminscência, ou seja, uma imagem do passado que se conserva na memória. Afinal, é por meio destas fotografias que estamos mergulhando em um capítulo muito importante da história de Caxias do Sul e região, registrando o que mãos competentes fizeram com tanto carinho.
Alfredo não foi um espectador passivo. Ele mergulhou nas histórias que fotografou. Agora, ao contemplar estas imagens, não vemos mais apenas a alma do artesão das estátuas. Vislumbramos também um tanto da sensibilidade e da arte do fotógrafo Alfredo. Afinal, a fotografia não serve apenas para registro. Ela é, por si própria, um veículo de expressão artística, servindo de instrumento de ressignificação de nosso olhar.
Curadoria Liliane Giordano
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