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exposição fotográfica

Cidadãos do Mundo

por Liliane Giordano

agosto de 2019
em Câmera Municipal Caxias do Sul

Somos todos cidadãos do mundo. Mas dentro dele, todos nós nascemos em alguma parte deste planeta que chamamos de lar. E isto costuma ser, em diferentes graus, determinante para nossa biografia. Pode ser que a gente fique para sempre nas mesmas ruas da infância. Pode ser que se mude para outro canto da mesma cidade. Ou pode até ser que a gente vá para outro país. Mesmo assim, tendemos a continuar sentindo saudades da casa da vó ou da comida da mãe. 

 

Somos seres livres, que podem alçar os mais altos voos, mas também temos raízes. Mesmo quem sai de sua cidade natal é determinado por ela. Tal como os grandes escritores que reproduzem onde nasceram em cidades fictícias, tendemos a guardar dentro de nós memórias e impressões de outros tempos da nossa maneira. Há quem volte para morar de vez, depois de ter desbravado o mundo. Há quem passe apenas de visita, até como cidadão ilustre. De qualquer forma, algo de nós fica na cidade, e muito da cidade fica em nós. 

 

Assim, somos determinantes e determinados pela nossa cidade natal. Mas a graça de tudo isso é que somos livres para nos reinventarmos a qualquer tempo. O ser humano é definido como uma raça imigrante, que ousou sair da África e cruzar os continentes nos primórdios de nossa espécie. Fronteiras são uma invenção tardia, e talvez sem sentido. Somos todos cidadãos deste mundo, o planeta Terra, único em suas características de todo o universo. 

 

Somos todos cidadãos de qualquer parte. Foi pensando nisso que surgiu minha exposição "Cidadãos do Mundo". Ao nos depararmos com o brilho no olhar de cada um destes personagens que compõem a mostra, não temos como saber se eles são nativos ou imigrantes. Mas temos a certeza absoluta de que por traz de suas origens pulsam raízes e liberdades. Estradas e paradas. Andanças e permanências. 

 

Eu mesma sou fruto de toda esta mescla. Nasci em Esmeralda, onde os amplos espaços abertos de linha do horizonte bem definida foram determinantes para a minha vida e olhar fotográfico. Escolhi morar em Caxias do Sul, onde me tornei cidadã de duas cidades. Mas não me considero assim. Me considero, enfim, como uma cidadã do mundo, nacionalidade Planeta Terra. Todos nós da raça humana dividimos um único teto. Que possamos enxergar mais o que nos conecta do que nos diferencia, para além de qualquer fronteira, real ou imaginada. 

 

Por Liliane Giordano

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