Expedição Fronteira - Missoes Jesuíticas
- Sala de Fotografia
- 1 de abr. de 2024
- 9 min de leitura
Atualizado: 3 de mai. de 2024
Uma Expedição Fotográfica pelas Missões.
Uma Jornada Através da História

Do Brasil ao Paraguai, Uma Viagem Inesquecível:
A Sala de Fotografia embarcou em uma aventura épica, percorrendo de carro a rota das Missões Jesuíticas. Partindo de Caxias do Sul, no Brasil, cruzamos fronteiras, passando por San Ignacio na Argentina até Trinidad e Jesús, no Paraguai. Uma jornada inesquecível de descobertas, aprendizados e paisagens encantadoras.
Desvendando o Legado das Missões Jesuíticas:
As Missões Jesuítas Guaranis, datadas dos séculos XVII ao XVIII, são um conjunto de ruínas remanescentes de povoados indígenas e europeus. Construídas durante o processo de evangelização nas colônias espanholas na América do Sul pela Companhia de Jesus, elas representam um capítulo crucial da história e da cultura regional.
A chegada dos jesuítas provocou mudanças profundas nos territórios indígenas. Os Guaranis, em sua maioria povos seminômades, enfrentam constantes ameaças de outras tribos. As missões proporcionaram a eles segurança, um modo de vida sedentário e o aprendizado de diversos ofícios, como carpintaria, agricultura e artesanato.
Cada família guarani cultivava um lote de terra, além de participar de trabalhos em terrenos comunitários e projetos artísticos e religiosos. As missões também preservaram alguns costumes e tradições Guaranis, buscando o apoio dos caciques e a harmonia social.
Patrimônio Mundial da UNESCO:
Atualmente, existem cerca de 30 ruínas catalogadas, divididas entre Argentina (15), Brasil (7) e Paraguai (8). Destas, 7 foram declaradas Patrimônio Mundial pela UNESCO, sendo 1 no Brasil (São Miguel das Missões), 4 na Argentina (San Ignacio Miní, Santa Ana, Nuestra Señora de Loreto e Santa María la Mayor ) e 2 no Paraguai (La Santísima Trinidad de Paraná e Jesús de Tavarangue), reconhecendo seu valor histórico, cultural e arquitetônico.
Utopia Jesuítica: Entre o Ideal e a Realidade:
Entre 1609 e 1768, os jesuítas fundaram 30 missões em territórios Guaranis, abrangendo a região que hoje compreende Argentina, Paraguai, Brasil e Bolívia. A conversão ao cristianismo era um dos requisitos para viver nas missões, o que gerava atritos com alguns costumes indígenas.
As missões atraíam os Guaranis por oferecerem melhores técnicas agrícolas, condições sanitárias mais adequadas e maior segurança. Os jesuítas também utilizavam elementos sincréticos para facilitar a conversão ao catolicismo, combinando crenças e rituais indígenas com o cristianismo.
Algumas missões chegaram a ter 8.000 Guaranis sob a tutela de apenas 3 padres jesuítas. Os indígenas exerciam cargos administrativos e eram treinados para serem músicos e escultores, sempre dentro dos padrões europeus. Apesar das críticas à visão eurocêntrica, a experiência missionária é considerada por alguns historiadores como um dos mais bem-sucedidos experimentos socialistas da história.
As missões começaram a decair em 1750 no Brasil, com o Tratado de Madri que obrigou a migração dos Guaranis para o lado oriental do Rio Uruguai. O golpe final veio em 1767, com a expulsão dos jesuítas de todos os domínios espanhóis, levando ao abandono e à deterioração das missões.
A Jornada Fotográfica:
Nossa expedição capturou a beleza e a história das Missões Jesuíticas através de registros fotográficos documentais. As imagens revelam a grandiosidade das ruínas, a riqueza cultural da região e a importância da preservação desse legado histórico.
Uma Jornada Fascinante pelas Missões: Desvendando São Miguel das Missões
A história das Missões Jesuíticas Guaranis é um capítulo crucial da cultura e da identidade regional. Entre os Sete Povos das Missões, São Miguel das Missões se destaca como um monumento imponente, Patrimônio Mundial da UNESCO, que atrai visitantes de todo o mundo. Foi fundada em 1632, com deslocamentos devido aos ataques dos bandeirantes paulistas. Reconstruída em 1687 e em funcionamento até 1750, quando o Tratado de Madri e as Guerras Guaraníticas marcaram seu declínio.
A Grandiosidade da Arquitetura das Ruínas da Igreja de São Miguel, inspirada na Igreja de Gesú em Roma, com destaque para a fachada ondulada e a utilização de pedra de cantaria. E o Museu das Missões, que abriga um acervo impressionante de estatuária religiosa esculpida pelos guaranis, bem como a Cruz de dois braços, símbolo da fé guarani e o Sino de bronze, um dos poucos remanescentes da época.
E a noite para completar a experiência, vale a apresentação noturna que narra a história das Missões, o Espetáculo de Som e Luz.
São Miguel das Missões é um destino imperdível para quem busca se conectar com a história, a cultura e a fé. As ruínas imponentes, o museu rico em detalhes e a atmosfera mística do local convidam a uma jornada inesquecível, desvendando um passado rico e fascinante, testemunhando a força da fé e da cultura guarani.
Uma Expedição Inesquecível pelas Missões: Entrelaçando História, Cultura e Transformação
Em uma expedição que ultrapassa fronteiras, a equipe da Sala de Fotografia embarcou em uma aventura pelas Missões Jesuíticas, cruzando o Brasil, Argentina e Paraguai. Guiadas pela curiosidade e o interesse pela história e cultura, desvendamos os segredos de um passado rico e vibrante, eternizando em imagens a beleza e a grandiosidade desse legado inestimável.
Em São Borja, cruzamos a fronteira para Santo Tomé, na Argentina, e seguimos viagem até Posadas. Ali, a imponência da Ponte Internacional da Integração Brasil-Argentina já começa a mostrar as diferenças e as semelhanças com a nossa cultura gaúcha. De Posadas atravessamos mais uma ponte Ponte Internacional de San Roque, Esta ponte inaugurada em 1990 aproxima ainda mais duas cidades de dois países unidos pelo Rio Paraná, Posadas (Argentina) e Encarnación (Paraguai) e foi planejado pelo Ente Binacional Yaciretá, a Usina Hidrelétrica que também pegou áreas da província de Correntes. Carrega com orgulho o nome de Roque González de Santa Cruz, um santo missionário jesuíta nascido em Assunção, no Paraguai, em 1576, que dedicou sua vida às missões dos jesuítas fundadores de ambos os países e foi morto vítima do martírio com um machado de pedra em 1628. Foi beatificado em 1934 e declarado santo pelo Papa João Paulo II em 1988.
As obras da ponte começaram em 1980. É espetacular ver atravessar o rio, veleiros, lanchas e barcos em interessantes competições esportivas. Dessa vez optamos por fazer a travessia de trem, é uma opção segura, eficiente e pontual para atravessar a ponte San Roque González, tanto na partida quanto na chegada, permitindo que os passageiros atravessem a ponte em apenas 8 minutos, evitando a demora de até horas de espera na fila para cruzar de carro ou outros veículos.
Encarnación e a aventura paraguaia:
Em Encarnación, no Paraguai, a cultura vibrante e a hospitalidade do povo, semore solicitos e atenciosos, nos encantaram. De táxi, com o Seu Sanches, partimos para Trinidad e Jesús, onde as ruínas jesuíticas, ainda mais exuberantes, revelaram a grandiosidade da obra missionária.
Trinidad e Jesús: tesouros paraguaios
As missões de Trinidad e Jesús, com suas igrejas majestosas, claustros ornamentados e praças abertas, proporcionam uma imersão completa no passado. As fotos capturaram a beleza da arquitetura colonial, a riqueza de detalhes e a atmosfera de paz que reina nesses locais históricos.
Dentre as pesquisas sobre os patrimônios da humanidade identificamos que talvez Trinidad e Jesús sejam os patrimônios da humanidade menos visitados no mundo. Fundada em 1708, La Santísima Trinidad del Paraná foi uma das últimas missões estabelecidas pelos jesuítas. Esteve abandonada por 200 anos. Ainda hoje, Trinidad continua no meio do nada: o vilarejo no entorno das ruínas é muito pequeno. A cidade mais próxima é Encarnación.
Trinidad é muito impressionante, talvez as Ruínas que se mantêm com a maior estrutura da organização urbana de uma missão jesuítica. Catedral, claustro, cemitério, a torre de vigia, igrejas secundárias, os quarteirões residenciais dos guaranis, e como tudo isso se dispunha em torno da Plaza Mayor.
De noite também tem um espetáculo de som e luz (o qual não conseguimos assistir pela disponibilidade de tempo). Mas, conseguimos com a experiência do Seu Sanches, visitar também a outra missão paraguaia do roteiro, Jesús de Tavarangüé. As ruínas de Jesús são pequenas; estava em construção quando os jesuítas foram expulsos e por isso nunca chegou a ser terminada, porém a igreja está super bem conservada; praticamente só não tem o teto.
A riqueza da cultura guarani: Esculturas, pinturas e música revelaram a criatividade e a identidade dos povos nativos. E, a complexa relação entre jesuítas e indígenas: Entre conflitos e colaboração, a história das Missões Jesuíticas se desenrolou.
De volta à Argentina:
De Volta a Argentina, pudemos aproveitar a cidade, Posadas e suas vida noturna.
De Posadas, retornamos a San Ignacio, na Argentina, para finalizar a jornada. A viagem proporcionou um aprendizado inesgotável sobre a história das Missões Jesuíticas, a cultura local e a beleza natural da região.
San Ignácio Miní
A Missão de San Ignácio Miní é talvez a mais famosa, mais conservada e restaurada de todas as missões. Fundada próxima ao Rio Paranapanema, a redução foi transferida mais de uma vez, em função dos ataques dos bandeirantes paulistas e mamelucos. Ela foi instalada nessa localidade atual 1696, com cerca de 3 mil indígenas.
A igreja está no centro da praça principal, ao lado direito está o claustro dos padres missionários e ao lado esquerdo o cemitério. Ao redor da praça estão as casas dos moradores, cada tribo subdivididas em bairros e com seu cacique participando do conselho de caciques, na administração local. Do lado esquerdo, além da escola estão também as oficinas de carpintaria, música e outras atividades ensinadas pelos padres aos guaranis, que também mantinham a horta comunal nos fundos da missão.
Nas ruínas de San Ignácio é impressionante o trabalho de entalhe feito nas colunas, portas e janelas da igreja e do claustro. A combinação de elementos católicos com as referências e criatividade dos guaranis deu origem a um novo estilo artístico.Além é claro das imponentes árvores centenárias que emolduram e se destacam junto a arquitetura, o que possibilita imagens fabulosas de uma sincronicidade perfeita entre arquitetura e natureza.
Visitamos também um museu bem organizado com imagens, histórias e peças arqueológicas que remontam a vida dos guaranis na missão, assim como um interessante comparativo de músicas guaranis, missionais e as músicas missionárias interpretadas por guaranis.
À noite é possível assistir ao show de som e imagem (vamos ter que voltar para assistir). Imagens projetadas em cortinas de água, em árvores e nas paredes das missões contam a vida e a história de San Ignácio Mini, com um simpático personagem indígena como narrador principal. A narrativa descreve a vida de um pequeno guarani que se encontra com os jesuítas na floresta. E enquanto em São Miguel das Missões a gente fica sentado na arquibancada e as luzes mostram as ruínas (Fernanda Montenegro) e as árvores (Maria Fernanda) conversando entre si, em San Ignacio Miní os espectadores caminham pelas ruínas, onde são projetados hologramas animados que procuram dar uma idéia de como era a vida ali no século 18.
Ruínas de aldeias missioneiras revelam passado de lutas
A Importância das Missões Jesuíticas como Patrimônio Mundial da UNESCO
As Missões Jesuíticas representam um capítulo crucial da história da América do Sul. As ruínas das missões oferecem uma visão única da vida cotidiana na época, revelando a organização espacial, as atividades econômicas, as práticas religiosas e a complexa relação entre jesuítas e indígenas.
As Missões Jesuíticas são um símbolo da resistência cultural dos indígenas. Através da educação e da aculturação, os jesuítas preservaram a língua, os costumes e as tradições dos povos nativos, contribuindo para a identidade cultural da região. As missões também difundiram a música barroca e a arte colonial, deixando um legado cultural rico e duradouro que se manifesta na culinária, no artesanato e nas tradições locais.
As Missões Jesuíticas são exemplos notáveis da arquitetura barroca colonial. As ruínas das igrejas, com seus muros imponentes e ornamentos esculpidos em pedra, refletem a maestria da arte barroca. A organização espacial das missões, com o claustro, a praça central e os demais edifícios, demonstra a expertise dos jesuítas em planejamento urbano. As técnicas construtivas inovadoras, adaptadas às condições climáticas e aos materiais disponíveis, também representam um importante valor cultural.
A preservação das Missões Jesuíticas é fundamental para as futuras gerações.
Através da visitação, educação e pesquisa, as missões podem continuar a inspirar e educar as pessoas sobre a história, a cultura e a importância da preservação do patrimônio cultural. E, assim, fortalecer o diálogo intercultural e a tolerância, reconhecendo a importância da diversidade cultural para a humanidade.
As Missões Jesuíticas são um legado inestimável que nos conecta ao passado, ilumina o presente e inspira o futuro. Através da preservação e valorização desse patrimônio, podemos construir um mundo mais justo, equitativo e interculturalmente enriquecido.
Uma experiência transformadora:
A expedição pelas Missões foi mais do que uma viagem, foi uma experiência transformadora. A viagem também proporcionou um mergulho na cultura local, com a degustação de pratos típicos, a interação com o povo e a vivência das tradições missioneiras. Essa imersão enriqueceu a experiência e contribuiu para a compreensão da história e da cultura das Missões.
Compartilhando a Jornada:
A Sala de Fotografia convida você a se inspirar nas fotos e histórias dessa aventura pelas missões, explorando a riqueza cultural e se conectando com a história e a identidade da região.
Conecte-se com nossas experiências fotográficas nas Expedições da Sala de Fotografia. Junte-se a nós na preservação e valorização do patrimônio cultural das Missões Jesuíticas!
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