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Frida Kahlo: uma biografia

Talvez Frida more em nossas memórias e tenha tanto sucesso neste mundo pop não só pela sua arte mas também pela sua história de vida. É impossível separar a Kahlo artista da pessoa Frida. Uma está entranhada na outra. Afinal, ela retratou o que viveu, e não foi pouco: sua vida é marcada por uma série de tragédias.



Em um trecho de sua autobiografia, datada de 1953 – e que está no livro Cartas Apaixonadas de Frida Kahlo, compilado de Martha Zamora – Frida revela esse sentimento de que a arte lhe preencheu:

“Pintar completou minha vida. Perdi três filhos e uma série de outras coisas, que teriam preenchido a minha vida pavorosa. Minha pintura tomou o lugar de tudo isso. Creio que trabalhar é o melhor”.

Em uma carta a Carlos Chávez, director do INBA (Instituto Nacional de Belas-Artes) Frida envia-lhe informações sobre a sua obra para serem traduzidas, e assim explica mais do seu processo:

“Comecei a pintar há doze anos, quando me recuperava de um acidente de automóvel que me manteve na cama por quase um ano. Em todos esses anos, sempre trabalhei com o impulso espontâneo de meus sentimentos. Nunca segui nenhuma escola nem a influência de ninguém; nunca esperei nada de meu trabalho, a não ser a satisfação que podia extrair dele, pelo próprio fato de pintar e de dizer o que eu não conseguiria dizer de outra maneira.


Fiz retratos, composições figuradas e também quadros em que a paisagem e a natureza morta são o mais importante. Na pintura encontrei um meio de expressão pessoal, sem que nenhum preconceito me forçasse a fazê-la. Durante dez anos, meu trabalho consistiu em eliminar tudo o que não provinha das motivações líricas internas que me impeliam a pintar.


Uma vez que meus temas sempre foram minhas sensações, meus estados de espírito e as reações profundas que a vida tem causado dentro de mim, muitas vezes materializei tudo isso em retratos de mim […]”(carta a Carlos Chávez, de 1939, extraída da p.103, do livro Cartas Apaixonadas de Frida Kahlo, compilação de Martha Zamora p.103)



“Nunca sofri tanto e não pensei que pudesse suportar tanta dor. Vocês nem imaginam o estado que me encontro, e sei que vou levar anos para conseguir sair desta confusão que tenho na cabeça. […] Primeiro, é uma desgraça dupla, se posso explicá-la desta maneira. Vocês sabem melhor do que ninguém o que Diego significa para mim em todos os sentidos e, por outro lado, ela era a irmã que eu mais amava e a quem tentei ajudar o máximo que pude; por isso é que a situação se tornou horrivelmente complicada, e está piorando a cada dia.”

(carta a Ella e Bertram Wolfe, de 18 de out. de 1934, extraída da p.64, do livro Cartas Apaixonadas de Frida Kahlo, compilação de Martha Zamora).


Guillermo se casou pela segunda vez com Matilde Calderón, uma mestiça originária de Oaxaca, mas com sangue espanhol. Era uma mulher dura e religiosa, e é dela que Frida aprende seu gosto pelas vestimentas indígenas que tanto aparecem depois em seus autorretratos. Frida também teve muita influência do marido Diego Rivera em sua obra – ele foi um artista muito importante.

Por ser essa incrível artista e pela sua história de vida única, Frida mereceu um filme, que está disponível na Netflix com o nome da artista. Imperdível para conhecer mais de uma das mais icônicas personagens femininas da história. Clique no play para ver o trailer:


Texto: Sabrina Didoné (jornalista - 0018277/RS) e Liliane Giordano

(mestre em Educação: arte, linguagem e tecnologia)


*Fontes:

1. ZAMORA, Martha (Comp.). Cartas apaixonadas de Frida Kahlo. 4. ed. São Paulo: José Olympio, 1997. 160 f.

2. Textos explicativos da exposição Frida Kahlo – Suas Fotos, em exibição no Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo, de 3 de setembro a 20 de novembro de 2016.

3. Obras presentes no livro da Taschen, 2016.


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